A transformação nas compras públicas, impulsionada por novas tecnologias e abordagens, torna os processos mais eficientes, aumenta a transparência e promove melhores resultados para todos os envolvidos.
Relação entre inovação e compras públicas
Inovar no setor público trata-se de melhorar processos, aplicar novas tecnologias e introduzir práticas mais eficientes. Segundo Bracarense, a inovação permite que governos atendam melhor às demandas por transparência, eficiência e qualidade, ao mesmo tempo, em que criam ambientes mais colaborativos entre administração pública, fornecedores e sociedade.
Como ressaltou Virgínia: “A inovação no setor público não é um luxo, é uma necessidade. Precisamos modernizar processos para garantir que eles sejam acessíveis, ágeis e confiáveis para todos os envolvidos.”
Um exemplo claro é a Lei 14.133/2021, que trouxe novos instrumentos para fomentar a inovação. Entre eles, destaca-se a modalidade de Diálogo Competitivo, que possibilita a aplicação de soluções tecnológicas inéditas no setor. “Essa lei abriu um espaço incrível para a criatividade técnica no setor público. Ferramentas como a matriz de riscos e o Procedimento de Manifestação de Interesse permitem explorar soluções inovadoras que antes sequer eram consideradas,” explicou a palestrante.
Compras públicas com um novo olhar estratégico
As compras públicas representam uma parte significativa do PIB brasileiro e podem ser uma poderosa ferramenta para implementar políticas públicas que impactam áreas como inclusão social e sustentabilidade. Por isso, é fundamental, que sejam vistas além de um simples processo burocrático. Elas devem ser encaradas como ações estratégicas para o desenvolvimento do país.
Virgínia destacou: “O mercado de compras públicas movimenta bilhões e, ainda assim, muitos gestores públicos ainda encaram isso como apenas mais um procedimento administrativo. Precisamos mudar essa mentalidade para extrair o máximo de valor desse sistema.”
Para que essa mudança ocorra, é vital o diálogo entre os diversos atores. Governos, empresas e a sociedade precisam se alinhar para que as soluções inovadoras não apenas atendam às necessidades legais, mas também sejam economicamente viáveis e socialmente responsáveis.
Tecnologia é mais que TI: é conhecimento aplicado
Embora a tecnologia da informação seja fundamental, Bracarense reforça que inovar vai além de software. “Quando falamos de tecnologia, muitas vezes pensamos apenas em ferramentas digitais, mas é muito mais do que isso. Tecnologia é conhecimento aplicado. É sobre melhorar processos, criar acessibilidade e tornar a gestão pública mais eficiente,” afirmou.
Ferramentas como automação de processos e inteligência artificial permitem maior acessibilidade às informações e simplificam os processos licitatórios. Plataformas como o Portal Nacional de Contratações Públicas e sistemas como o Taxigov são exemplos concretos de como a tecnologia pode agilizar e otimizar as licitações, gerando economia para o governo e ampliando as oportunidades para empresas.
“Soluções como marketplaces de compras públicas estão transformando o modo como fornecedores interagem com a administração pública. Isso é tecnologia aplicada à inclusão, à inovação e à eficiência,” destacou Virgínia.
Como fomentar a inovação nas compras públicas?
A nova legislação oferece uma base sólida para iniciativas inovadoras. Dentre os principais pontos, destacam-se:
- Matriz de riscos (art. 6º, XXVII): incentiva contratados a propor soluções tecnológicas e metodológicas.
- Diálogo competitivo (art. 32): promove a integração de tecnologias inéditas no processo.
- Contratação semi-integrada (art. 46, §5º): permite mudanças no projeto básico com base em inovações superiores.
Virgínia enfatizou: “É preciso compreender que a legislação é um facilitador, mas a inovação depende de pessoas. Gestores, fornecedores e cidadãos precisam estar abertos ao novo para que esse sistema funcione como deveria.”
Além disso, a capacitação contínua e o planejamento estratégico são essenciais para que gestores públicos e fornecedores aproveitem ao máximo as oportunidades oferecidas por essas mudanças.
A transformação nas compras públicas é uma necessidade para o setor acompanhar as demandas de uma sociedade cada vez mais conectada e exigente. E a palestra de Virgínia Bracarense foi um convite para repensarmos as compras públicas como um motor de inovação e transformação.
Com iniciativas como as destacadas durante o Effecti Experience 2024, o futuro das licitações no Brasil caminha para ser mais eficiente, transparente e inclusivo. “Não basta querer modernizar; precisamos agir com propósito, com metas claras de eficiência, eficácia e efetividade,” concluiu Virgínia.
Vamos juntos transformar desafios em oportunidades e construir um setor público mais moderno e conectado com as reais necessidades da sociedade?!