Lições do passado e prognósticos para o futuro das licitações públicas

No Effecti Experience 2024, Ronny Charles abordou as principais tendências nas licitações públicas e a evolução do setor, analisando desde o Decreto-Lei 200/1967 até a Lei 14.133/2021. Discutiu os novos regimes de execução, como o orçamento sigiloso e a remuneração variável, que prometem redefinir o mercado, além de destacar desafios futuros e a importância de adaptação tecnológica para garantir transparência e eficiência.

Criado em 05 nov 24

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Por Carol Luz

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Lições do passado e prognósticos para o futuro das licitações públicas

No Effecti Experience 2024, Ronny Charles trouxe uma visão abrangente sobre as tendências licitações públicas e seu papel essencial para a economia e sociedade. Ele destacou que compreender a trajetória e as mudanças nas leis de licitações públicas é primordial para os profissionais estarem preparados para os desafios e as oportunidades de um setor em constante evolução. “O setor de licitações é um reflexo direto da evolução social e econômica do país”, afirmou Ronny, reforçando que as práticas de contratação pública moldam a competitividade e o desenvolvimento entre empresas.

Principais legislações que moldaram as tendências nas licitações públicas

As primeiras regulamentações das licitações públicas no Brasil remontam ao Decreto-Lei 200/1967, que visava centralizar e estruturar o setor. Em sua palestra, Ronny ressaltou que as regulamentações iniciais colocavam barreiras significativas, especialmente para pequenas empresas, devido ao alto custo burocrático. O avanço veio com a Lei 8.666/93, mas, como enfatizou, “o excesso de regulamentação também criou dificuldades práticas”, evidenciando a necessidade de uma legislação que equilibrasse controle e flexibilidade. Essas transformações prepararam o terreno para as tendências nas licitações públicas atuais, que visam a maior transparência e eficiência.

Com o advento da Lei n.º 14.133/2021, conhecida como a Nova Lei de Licitações, o setor ganhou ferramentas mais versáteis. A lei introduziu mudanças relevantes para aumentar a competitividade e reduzir custos operacionais. “Essa lei traz possibilidades, mas exige que os profissionais estejam preparados e atentos às novas regras e à execução prática”, comentou Ronny. Entre as inovações da nova lei, ele destacou as modalidades de disputa e a possibilidade de combinação de critérios, trazendo mais liberdade ao processo e reforçando a transparência pública.

Comparativo entre práticas antigas e tendências modernas nas licitações públicas

Na prática, as mudanças entre as antigas legislações e a atual transformaram as licitações públicas. Ronny explicou que práticas antigas se baseavam em processos fechados e pouco dinâmicos, focados em detalhes operacionais, enquanto a legislação moderna incorpora a tecnologia e permite que empresas inovem e adaptem suas estratégias. Ele ressaltou que “a digitalização não só acelera os processos, mas também facilita o controle e o monitoramento, fortalecendo a confiabilidade nas contratações públicas”.

Impacto das mudanças na transparência pública

Uma das grandes contribuições das mudanças foi a transparência no setor, essencial para o controle social e a segurança jurídica. Enfatizou ainda que “as novas práticas tornam a gestão pública mais acessível ao cidadão, o que é fundamental para evitar abusos e garantir que os recursos públicos sejam aplicados com integridade”. As novas leis também abrem espaço para auditorias mais ágeis e mecanismos de controle mais eficazes, que visam proteger o interesse público.

Prognósticos e tendências nas licitações públicas para o futuro

Para o futuro, foram apontadas várias tendências que já começam a transformar o setor. Entre elas estão o orçamento sigiloso e a remuneração variável, que vinculam o pagamento ao desempenho da empresa contratada. Tais inovações buscam garantir maior qualidade nas obras públicas, visto que o pagamento será ajustado conforme a entrega e qualidade dos serviços prestados. Esse modelo desafia os profissionais a reverem suas práticas e adaptarem suas propostas para atender não só as questões de preço, mas também de qualidade e eficiência.

Modalidades de disputa e regimes de execução

Ronny destacou as novas modalidades de disputa, que incluem o modo aberto, fechado e combinado. Essa flexibilidade permite adequar o processo licitatório às particularidades de cada projeto, algo que anteriormente não era possível. Ele também abordou os novos regimes de execução, como a empreitada por preço global, que traz previsibilidade nos custos. Segundo Ronny, “essas modalidades trazem mais autonomia para a administração pública e, ao mesmo tempo, exigem um alto nível de conhecimento dos licitantes”.

Procedimentos auxiliares

Além das modalidades de disputa, a nova legislação introduz procedimentos auxiliares, como o credenciamento e o registro de preços, que agilizam o processo e facilitam a participação de empresas em diversas frentes. Ronny reforçou que “esses procedimentos agregam valor ao processo licitatório e possibilitam uma adaptação rápida às necessidades públicas”, criando um ambiente mais dinâmico e acessível para fornecedores.

Desafios da era digital: controle 2.0 e adaptação às novas tecnologias


O “Controle 2.0” e a expansão do mercado digital são desafios. Ronny ressaltou que, para se adaptar às novas práticas, é imprescindível que os profissionais entendam o papel das plataformas digitais e estejam preparados para utilizar ferramentas que otimizem os processos. Apontou que “não adianta implementar tecnologia sem capacitar os usuários; o sucesso do setor depende de uma adoção consciente e acessível para todos”.
A importante fala de Ronny Charles no Effecti Experience 2024 reforçou a relevância de entender as mudanças e se preparar para os desafios futuros das licitações públicas. 

O setor caminha para uma era digital e dinâmica, onde profissionais precisam aliar conhecimento técnico à capacidade de adaptação. A nova legislação oferece oportunidades e exige preparação para as empresas poderem atuar de forma competitiva e eficiente no mercado público, contribuindo para uma gestão pública mais moderna, acessível e responsável. As tendências nas licitações públicas indicam um futuro mais digital e transparente.

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